Por algum motivo que ainda não descobri, estou vendo muita gente fazendo diário de escrita e retomando newsletters. E, adivinha, eu resolvi entrar na onda.
Eu tenho essa newsletter desde 2015, antes do lançamento de "Você É Só Pra Mim", mas como a minha vida é uma bagunça, em algum momento eu parei de enviá-la. Resolvi voltar pelo simples fato de que nem tudo que eu quero falar cabe numa postagem aqui.... E sempre vi newsletters como algo mais pessoa, mais íntimo, sabe? Então a minha não será diferente. Vou falar de mim, do que estou lendo (basicamente mini-resenhas de coisas que às vezes não cabem aqui ou não quero comentar mais explicitamente), vendo, escrevendo... E pretendo fazer isso pelo menos uma vez por mês. Provavelmente no final do mês, ou começo, não sei. Mas o primeiro passo é vocês assinarem aqui, ó, senão não tenho com quem falar essas baboseiras!
E daí que com a newsletter eu resolvi ressuscitar também um negócio chamado diário de escrita. Ando vendo dezenas de escritores fazendo e o povo achando legal e resolvi recomeçar o meu também. Essa série de postagens que eu publico aqui com o título de "Os Desafios da Escrita" sempre foram meio que "diários", mas de uma forma mais geral porque passava dicas também. No meu diáriozinho pretendo ser menos didática e contar, novamente bem egocêntrica mesmo, sobre o meu processo, o que estou fazendo de bom (ou ruim) com as palavras, e mostrar como isso acontece (ou não).
Pra quem não entendeu direito, resolvi fazer o primeiro diário aqui mesmo, então segue lendo.
Faz quase quatro anos que estou envolvida escrevendo uma série. Sim, quatro anos porque o primeiro conto, que deu origem a essa série, foi publicado em dezembro de 2013 (e parece que foi ontem). De lá pra cá já foram contos, dois livros inteiros e um que está encaminhando para sua metade. Mais de 300 mil palavras escritas - trezentas mil é MUITA COISA!! Essa série é a Aprendendo, que começou com "Aprendendo a Gostar de Garotas", depois veio a "Aprendendo a Gostar de Garotos" (AGG), "Aprendendo a Gostar de Mim" (AGM), e finalizarei ano que vem (assim espero) a "Aprendendo a Gostar de Você" (AGV). É meu maior projeto até então e começou nem sendo um projeto em si, porque eu só queria extravasar, escrever sem compromisso sobre assuntos que eu gosto: adolescentes LGBTQs medrosos trocando os pés pelas mãos.
Em 2014 eu comecei a publicar a "Aprendendo a Gostar de Garotos" no wattpad e tive um retorno maravilhoso, que me motivou a escrever os outros dois livros, e aí sim: planejar. A série acabou evoluindo de maneira natural, e os personagens com ela, assim como seus enredos. Eu tive muita dificuldade em passar de um livro pro outro, porque, apesar de serem no mesmo universo, os protagonistas são completamente diferentes, suas historias envolvem coisas diferentes (desde abandono familiar à alcoolismo). E estou tendo essa mesma dificuldade agora, no terceiro livro.
Meu primeiro protagonista, o Luiz Eduardo, começou com 15 anos no conto, passou pelos 16 e acabou AGG com 17 anos. Mas a idade não diz muito, porque o Luiz é um crianção mesmo. Bobo, inocente até. Eu queria que ele fosse assim desde o início porque sua "lerdeza" contribuiu muito para a fluidez (ou não) da sua história. Com suas síndromes do pânico e seu medo quase irracional de decidir as coisas erroneamente fizeram do Luiz o meu personagem mais fácil de lidar. Ele cresceu junto com a minha ideia do que seria essa série, e o Luiz amadureceu muito.
O segundo protagonista, o Renan, já foi uma reviravolta imensa. Renan é popular, falante, galante, tudo o que o Luiz não é. Ele tem medo, mas é do tipo que esconde debaixo do tapete e se joga, pra depois pensar nas consequências. Ele também é tudo o que eu não sou, então escrever sob o ponto de vista dele já foi um desafio por si só. Nós amadurecemos demais essa visão do começo ao fim de AGM, e ele cresceu talvez até mais que o Luiz porque começou a enxergar as coisas de outra forma. Ele continua sendo sensual e atrapalhado, mas com ideias novas que guiam suas ações. Eu passei por um processo conturbado na escrita de AGM, tanto que ela demorou mais que o dobro de tempo pra ser concluída e teve bem menos palavras que a AGG. Mas ela saiu, porém, completa, e os personagens que carreguei com ela vieram desembocar na última história, que era pra ter sido a primeira, na verdade.
Já durante a escrita desses dois primeiros livros, eu sabia que queria escrever com meu terceiro protagonista, o Daniel. Desde o primeiro conto, eu tinha planejado uma história pra ele, só não sabia quando/onde encaixá-la. No meio da AGM veio aquele clique, sabe? Eu precisava tratar o Renan, e eu precisava deixar o Daniel amadurecer sozinho por um ano pra depois pegá-lo, sentar com ele e colocá-lo nos eixos, por assim dizer. Mas não está sendo fácil, porque o Dani é um personagem pra baixo por conta de todo o pano de fundo dele. Eu demorei a encontrar sua voz - todos os meus personagens tem uma voz pra mim, e como eu escrevo em primeira pessoa, preciso "senti-la". Foi difícil distinguir a voz do Daniel dos outros dois porque ele é uma mistura do Luiz e do Renan: medroso, depressivo, popular e um pouco galante. Eu consegui, finalmente, e está sendo uma montanha-russa lidar com ele. O desafio aqui é levantá-lo e finalizá-lo com a cabeça erguida. Ele representa os novos começos que eu quero até com a volta dessas newsletters e esses diários de escrita.
O desafio é eu conseguir transmitir a esperança que o Daniel gera nessa série inteira, e em mim também. Afinal, ele é quem mais aprendeu nos últimos quatro anos. Ele e eu.
Vem conhecer meus meninos e aprender com eles também :)
Em 2014 eu comecei a publicar a "Aprendendo a Gostar de Garotos" no wattpad e tive um retorno maravilhoso, que me motivou a escrever os outros dois livros, e aí sim: planejar. A série acabou evoluindo de maneira natural, e os personagens com ela, assim como seus enredos. Eu tive muita dificuldade em passar de um livro pro outro, porque, apesar de serem no mesmo universo, os protagonistas são completamente diferentes, suas historias envolvem coisas diferentes (desde abandono familiar à alcoolismo). E estou tendo essa mesma dificuldade agora, no terceiro livro.
Meu primeiro protagonista, o Luiz Eduardo, começou com 15 anos no conto, passou pelos 16 e acabou AGG com 17 anos. Mas a idade não diz muito, porque o Luiz é um crianção mesmo. Bobo, inocente até. Eu queria que ele fosse assim desde o início porque sua "lerdeza" contribuiu muito para a fluidez (ou não) da sua história. Com suas síndromes do pânico e seu medo quase irracional de decidir as coisas erroneamente fizeram do Luiz o meu personagem mais fácil de lidar. Ele cresceu junto com a minha ideia do que seria essa série, e o Luiz amadureceu muito.
O segundo protagonista, o Renan, já foi uma reviravolta imensa. Renan é popular, falante, galante, tudo o que o Luiz não é. Ele tem medo, mas é do tipo que esconde debaixo do tapete e se joga, pra depois pensar nas consequências. Ele também é tudo o que eu não sou, então escrever sob o ponto de vista dele já foi um desafio por si só. Nós amadurecemos demais essa visão do começo ao fim de AGM, e ele cresceu talvez até mais que o Luiz porque começou a enxergar as coisas de outra forma. Ele continua sendo sensual e atrapalhado, mas com ideias novas que guiam suas ações. Eu passei por um processo conturbado na escrita de AGM, tanto que ela demorou mais que o dobro de tempo pra ser concluída e teve bem menos palavras que a AGG. Mas ela saiu, porém, completa, e os personagens que carreguei com ela vieram desembocar na última história, que era pra ter sido a primeira, na verdade.
Já durante a escrita desses dois primeiros livros, eu sabia que queria escrever com meu terceiro protagonista, o Daniel. Desde o primeiro conto, eu tinha planejado uma história pra ele, só não sabia quando/onde encaixá-la. No meio da AGM veio aquele clique, sabe? Eu precisava tratar o Renan, e eu precisava deixar o Daniel amadurecer sozinho por um ano pra depois pegá-lo, sentar com ele e colocá-lo nos eixos, por assim dizer. Mas não está sendo fácil, porque o Dani é um personagem pra baixo por conta de todo o pano de fundo dele. Eu demorei a encontrar sua voz - todos os meus personagens tem uma voz pra mim, e como eu escrevo em primeira pessoa, preciso "senti-la". Foi difícil distinguir a voz do Daniel dos outros dois porque ele é uma mistura do Luiz e do Renan: medroso, depressivo, popular e um pouco galante. Eu consegui, finalmente, e está sendo uma montanha-russa lidar com ele. O desafio aqui é levantá-lo e finalizá-lo com a cabeça erguida. Ele representa os novos começos que eu quero até com a volta dessas newsletters e esses diários de escrita.
O desafio é eu conseguir transmitir a esperança que o Daniel gera nessa série inteira, e em mim também. Afinal, ele é quem mais aprendeu nos últimos quatro anos. Ele e eu.
Vem conhecer meus meninos e aprender com eles também :)
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