Há mais ou menos três meses fiz um post de introdução sobre Looking, a série da HBO que estreou em janeiro deste ano. Bom, a parte ruim é que a primeira temporada acabou de acabar. A parte boa é que agora vou falar de tudo o que eu achei dela.
Looking é uma comédia dramática americana que conta a história de um grupo de amigos gays, de mais ou menos 30 anos de idade, vivendo em São Francisco. A primeira temporada contou com oito episódios de duração média de 30 minutos cada e temos no elenco nomes de peso como Jonathan Groff (Patrick), Frankie J. Alvarez (Agustin) e Murray Bartlett (Dom).
Todos os episódios da primeira temporada tem em seu título o nome da própria série, "Looking....", a maioria looking for, que sugere que os personagens estão procurando por alguma coisa (um rumo na vida, em resumo barato). Particularmente achei os nomes (e a ideia) um espetáculo à parte, e são eles:
1 "Looking for Now", o piloto, exibido originalmente em 19 de Janeiro de 2014
2 "Looking for Uncut", no dia 26 de Janeiro de 2014
3 "Looking at Your Browser History", 01 de Fevereiro de 2014
4 "Looking for $220/Hour", 09 de Fevereiro de 2014
5 "Looking for the Future", 16 de Fevereiro de 2014, episódio "especial" de dia dos namorados
6 "Looking in the Mirror", 23 de Fevereiro de 2014
7 "Looking for a Plus-One", 02 de Março de 2014
8 "Looking Glass", a season finale exibida no último domingo, dia 09 de Março de 2014
Não vou comentar de cada um pra não ficar repetitivo, mas acho que a série merece a atenção, apesar de não ter conquistado de primeira o gosto do público. O piloto teve audiência abaixo da esperada, mas, do episódio 5 em diante, a média mais que dobrou (54% a mais) e foi esse um dos motivos que fez a HBO decidir pela renovação da mesma, além (acredito) de uma grande pressão por parte da internet. Isso teve um lado bastante positivo (o óbvio aumento da audiência), mas uma grande sombra negativa que acompanhou Looking pelo resto da primeira temporada.
A série ficou muito popular e foi muito divulgada em inúmeros blogs, sites de notícias e teve um marketing muito focado no início, mas acho que grande parte das notícias veiculadas afirmavam que Looking seria a "nova Queer as Folk". Eu mesma comentei sobre QaF no outro post! Esse fato acabou provocando nos espectadores uma ideia totalmente diferente do que (acho) os produtores tinham em mente. Então que fique claro: Looking NÃO É parecido com QaF. Não é para o mesmo público, não foi feito com o mesmo propósito! Os personagens são totalmente diferentes, a trama é focada em coisas diferentes, mais emocionais, mas com nuances muito bem disfarçadas (escondidas para atrair o público que quer ver sexo?). Com isso eu quero dizer que não há dramas explícitos (até o quinto episódio, acho), mas quem consegue enxergar nas entrelinhas vê que a pegada é bem mais forte e profunda e não é sobre sexo ou sobre gays. Os diálogos são bem estruturados - até demais em certos pontos - para parecer bem natural que "a bolha dramática irá explodir, mas nós queremos deixar isso pra depois. Curtam o visual".
Com isso em mente, o segundo episódio é simplesmente ridículo. Acho que foi feito pra puxar a audiência que acreditou no "parecido com Queer as Folk". Daí temos a chegada de novos personagens a partir do terceiro (Russell Tovey como Kevin) e uma confusão de tramas que se misturam e a gente não sabe bem pra onde vai. Acho que os produtores se enrolaram um bocado até o episódio quatro para desembaralhar as vidas dos três principais, mas tudo fica muito melhor, digo MUITO melhor a partir do quinto, e fecha com chave de ouro. Então não percam as esperanças se estiverem achando chato no começo: fica, vai ter bolo!
Sobre os personagens, obviamente morri de amores primeiro pelo Patrick. Eu adoro o Jonathan Groff e qualquer coisa que ele faça me deixa sorrindo (literalmente, sorrindo pra TV). Acho que muita gente começou a ver a série por causa dele (confessem!) o que é super válido, mas o Patrick é um personagem muito confuso e muito paranoico (não acho palavra melhor?) pra cair no bom gosto das pessoas. Eu acho. Não sei. Ele caiu no meu porque, bom, somos parecidos (oi, paranoia, amiga!)! E porque ele é um designer de videogames, gente! E o terceiro episódio é simplesmente encorajador pra quem se identifica com ele. Durante o resto da temporada ele evolui bastante, mas a season finale simplesmente colocou o Pato lá embaixo de novo, como se ele não tivesse amadurecido em nada. Eu ainda acho (não só eu, todos ao redor dele) que o Patrick em si tem muito o que crescer e esperamos ver mais amadurecimento na segunda.
E daí temos o Agustin que, sinceramente, é o personagem totalmente "WTF" da serie toda. Claro, ele mostra um lado bastante presente (né?) na realidade, é um personagem verídico. Mas também é aquele que eu tenho vontade de estapear a cada cena e o que me deixa pensando como ele conseguiu ser o melhor amigo do Patrick (senão pela companhia na faculdade, quero dizer). O Frank (O. T. Fagbenle) me pegou pela simpatia e ele fazia a maioria das cenas do Agustin valerem a pena. Palmas para a atuação de Frankie J. Alvarez, que me fez enojar o Agustin tão bem.
O Dom foi o personagem que me surpreendeu simplesmente porque não esperava nada dele. E no fim, com todo o seu desespero característico da idade e da falta de rumo na vida - o que, convenhamos, me caracteriza totalmente -, acabou se tornando um xodó. Eu adorei seu desenvolvimento, o amadurecimento da sua personalidade, da sua história! A entrada de Lynn (Scott Bakulaé) foi um charme à parte, já que ele é um acréscimo maravilhoso ao personagem. Espero que continuem, ambos, na segunda temporada! O último episódio me deixou com aquela pontinha de esperança gostosa no estômago (?). Parabéns, Murray Bartlett!
Os outros personagens da série se encaixam muito bem em seu propósito. Apesar da audiência não tão estupenda, a HBO foi encorajada pela atenção que a série tem recebido e, aparentemente, manterá alguns deles no elenco principal. Juntando-se a Jonathan Groff, Frankie J. Alvarez e Murray Bartlett, na segunda temporada teremos a Lauren Weedman (Doris... alguém me explica a Doris??), Raúl Castillo (Richie.. Richie! ♥) e Russell Tovey (Kevin. Mixed feelings.) no elenco regular. Todos já fizeram história na primeira temporada - e que história.
Posso dizer, com toda a convicção, que o episódio que eu mais gostei foi o quinto. Patrick e Richie são o amorzinho da primeira temporada, não são? Mas a season finale também foi ótima e está quase no mesmo patamar de idolatria.
O canal da HBO no youtube tem várias cenas dos bastidores, alguns teases e entrevistas e muita coisa pra quem gostou da serie. Recomendo a visita: https://www.youtube.com/user/HBO
E pra quem tem Spotify, um usuário (Anônimo? Oficial?) criou uma playlist com todas as músicas tocadas em todos os episódios. A trilha sonora é daquelas arrasantes que vale a pena checar, então, aqui: The Official Looking Playlist.
Enfim, Looking não me decepcionou. De maneira alguma e pelo contrário. É drama, comédia, realismo e ficção na medida certa pra mim. Acredito sim que tenha agradado também ao público-alvo, que, só para relembrar, não é o mesmo de Queer as Folk. E é entretenimento, lembrem-se disso.
Aperitivos:
♥ |
Richiiiiiie! |
O amigo do Patrick que me ganhou no primeiro episódio pela referência à Pokémon HAHAHA |
PS.: Algumas informações foram retiradas da wikipedia.
É diferente, mas a verdade é que nem uma das minhas séries favoritas, mas eu reconheço que tenho um bom conteúdo e tem sido muito bem sucedida no entanto, eu teria gostado de uma série em que abordou a questão do ponto de vista com base em corantes sociais e pretensões ideológicas . Espero que em sua segunda segunda temporada Looking capaz de manter o ritmo do primeiro semestre.
ResponderExcluir