Diretor: Bavo Defurne
Idioma: Alemão
Gênero: drama coming of age
Sinopse: o primeiro longa-metragem do diretor de cults Bavo Defurne conta a história de Pim, um garoto que vive com sua mãe inconsequente e que se apaixona pelo seu melhor amigo, Gino. O filme foi baseado na novela Nooit gaat dit over, de Andre Sollie, escrita em 2004.
O filme é de 2011.
"North Sea Texas" conta a história de Pim desde a sua infância, quando ele sonhava em ganhar uma competição de miss, usar uma coroa, dançar balé, usar batom e ter camareiras maquiando e trocando sua roupa. Então desde a primeira cena já podemos perceber que Pim tem muitos conflitos, tanto internamente quanto ao seu redor, já que vive com uma mãe negligente e sempre corre para a casa dos seus vizinhos (?) para conforto. Eles são a família de Gino, composta pela mãe doente do menino e pela irmã, Sabrina.
Passamos pela pré-adolescência de Pim e vemos o relacionamento dele com Gino se desenvolver. Gino é dois anos mais velho que Pim e age como o "bad boy" da região. Seu sonho era ter uma moto para que pudesse ir às outras cidades dançar e flertar. Ele prometeu dar a bicicleta a Pim assim que completasse 18 e ganhasse a moto, e é a partir daí que a história realmente se desenrola.
Gino é o típico garoto confusão, que gosta de aproveitar a vida e não aceita perder. Ele e Pim embarcam num relacionamento que ninguém pode saber, ao mesmo tempo em que ele começa a namorar uma garota francesa em outra cidade. Pim é sonhador, passa muito tempo dentro do seu próprio mundo. Ele acha - e tenho quase certeza - de que ninguém o entende. Ele também carrega uma caixa de sapatos cheia de "relíquias" que lhe lembram momentos prazerosos que passou na companhia de pessoas que ele gosta - ou, mais especificamente, dos homens que ele passou a gostar. A caixa foi um dos detalhes que mais gostei no filme! É prazeroso descobrir a vida dele através dos objetos e lembranças que eles despertam!
No fundo, temos Yvette, a mãe de Prim, que é uma mulher sempre em busca de prazer. Ela toca acordeom num bar na cidade - bar este que dá título ao filme, inclusive, o Texas. É lá que Pim passa a maior parte de suas noites, sozinho, sentado em uma mesa rabiscando nos porta-copos e bebendo refrigerante enquanto a mãe se apresenta. Ela é sempre rodeada de homens e parece adorar isso. Mais a frente no tempo, Yvette começa um relacionamento com Etienne, um cara gorducho que é responsável por uma oficina mecânica na região e emprega Gino. Etienne e Pim tem uma relação estranha e tensa, que não chega a ser paternal porque Etienne parece "saber" quem Pim realmente é, e ele não gosta dessa ideia.
Yvette e Pim também tem um relacionamento estranho, muito estranho. Mas acho que condiz com a personalidade dela. Na casa onde eles moram, ela sempre deixa um quarto para alugar e aparentemente dormiu com todos os homens que lá estiveram, homens estes que Pim também tinha certa paixonite - a destacar o Zoltan, o cigano. Ele foi meu personagem favorito, apesar de ser terciário e aparecer por, sei lá, vinte minutos de filme.
A trama é carregada de desesperos individuais. Pim e sua sexualidade e suas confusões com Gino, e Gino com a nova namorada, e Sabrina morrendo de amores por Pim, e Pim não sabendo lidar com a situação, e Yvette com Etienne, e os homens do bar e os desenhos que Pim faz de cada coisa que lhe aborrece. E sua caixa de lembranças, que é exemplificada como um ritual no filme: quando ela finalmente "desaparece", Pim acha que cresceu, mas não é tão simples assim.
Gostei da ideia dos personagens. Achei Gino e Pim um casal muito plausível e bem natural, mas a Sabrina me dava arrepios de estranheza! O drama da mãe deles também é bastante comovente e depois da cena do hospital, com Gino e Pim, achei que encaminharíamos para um final diferente. Mas aí é que está: o final é simplesmente inexistente. A cena é cortada no meio e a gente vê os créditos subindo e fica pensando "espera, mas o filme não acabou!". E justamente na melhor cena! É sério, fiquei espumando de raiva. E Yvette? O que diabos aconteceu com a mulher? Vai saber.
Enfim. O longa foi bem mal recebido pela crítica. Foi descrito como "um lindo filme, bem delicado, mas é comparado aos outros esforços fracassados do diretor". Bavo tem feito curtas desde 1990 e NST é seu primeiro longa. O que dizem é que ele não soube aproveitar a história e nem os personagens no tempo extra que teve - e realmente, ele parece achar que vai dar tempo de fazer tudo, mas no final tem de cortar a melhor cena no meio porque já estamos passando dos 92 minutos e nada aconteceu. E acaba. E é triste porque tem potencial.
Oiee ^^
ResponderExcluirNão conhecia esse filme, mas parece ser muito interessante. Gosto de livros e filmes que tratam da homossexualidade não como uma doença, como muita gente pensa, mas como um jeito de ser. Vou procurar vê-lo, apesar de você ter dito que não acontece quase nada....Não custa nada tentar né...
MilkMilks
DM
Milkshake de palavras