Diretor: Fabrice Cazeneuve
Idioma: francês
Gênero: drama
Sinopse: Vincent Molina tem 16 anos e é a estrela da equipe de natação da escola. Vive com os pais, é bom aluno, tem namorada, é bonito, é popular... Enfim, uma vida fantástica e perfeita. O único problema é que essa vida é uma grande mentira; ele até gosta da namorada, mas na realidade sente-se atraído por outros rapazes.
Uma trama comum, sem muitas novidades. Como a própria sinopse já diz, Vincent é o personagem perfeito. Aquele tipo de garoto que parece estar sempre no "modo automáticao": faz tudo (o que os pais querem, o que os professores esperam e o que sua namorada pede) brilhantemente. E faz tudo sorrindo, como se estivesse simplesmente escovando os dentes. Devo acrescentar, aqui, que personagens com essas características me irritam profundamente. Principalmente pelo simples fato de que Vincent leva "uma vida dupla" e engana todo mundo - nas duas, aliás.
Na vida perfeita, ele e Noémie são o casal popular do colégio. Ela é bonitinha, reservada, inteligente. A típica garota-exemplo, também. As coisas começam a sair do controle de Vincent quando os dois vão, finalmente, ter a tão esperada primeira vez e ele não consegue fazer muita coisa, se é que me entendem. Daí somos apresentados ao "lado b" de Vincent: seus encontros amorosos escondidos com um vizinho, sua imaginação sempre fértil em relação aos garotos e seu medo de perder tudo se alguém o descobrir.
Vincent tem um melhor amigo, que tenta ajudá-lo de todas as formas. Ele, aliás, é o primeiro a saber (de forma pública, digamos) sobre a verdadeira identidade de Vincent depois que este acaba se interessando por um aluno transferido. No dia seguinte ao "interesse", as paredes e vidros do colégio aparecem pichadas, contando detalhes sobre a segunda vida de Vincent - e ninguém, até hoje, sabe quem diabos escreveu tais coisas. Os alunos do colégio (inteiro, praticamente) tentam defender Vincent do "novo aluno", supondo que este tenha escrito tais blasfêmias, mas o que acabou sendo exposto faz Vincent se convencer de que é hora de parar de fingir.
De modo geral, a grande sacada desse filme, na verdade, é o ator principal. Por ser aclamado pela mídia internacional, e por já ter feito filmes de renome e grandes atuações (dizem), a crítica veio com toda a vontade para cima desta trama - e talvez tenha se decepcionado um pouquinho, como eu me decepcionei.
O roteiro é bem escrito até, mais ou menos, 70% do filme. Há conflitos paralelos - como Vincent lutando para se manter no topo das competições de natação; contra seus colegas de esporte que começam a lhe ignorar ao saber da verdade; o drama do "triângulo" formado por ele, sua (ex?) namorada e seu melhor amigo, que acaba traindo-lhe e dormindo com a mocinha; o professor de francês, que tenta lhe apoiar e acaba lhe revelando sua também verdadeira e escondida identidade; o drama dos pais e, principalmente, do irmão mais velho de Vincent, um lutador de boxe fracassado que não recebe atenção nem na própria casa. Enfim, são muitas coisas paralelas e com muito potencial... Mas deixadas de lado, a meu ver. O aluno transferido, um ponto chave na história, acaba também sendo afastado da trama principal - que gira em torno dele! (Não me perguntem como isso é possível.)
E, no fim, as coisas não se resolvem. Só há pequenos desfechos aqui e acolá, mas o que o espectador se pergunta mesmo, fica no ar.
Poster original. |
Não é um filme grande, portanto vale para uma sessão da tarde.
Os protagonistas, Vincent e o garoto transferido, em destaque. Noémie e o melhor amigo ao fundo. |
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