Todo mundo tem alguma coisa que o inspira - eu acho. Os artistas, em geral, têm uma ampla gama de artefatos que os inspira em diferentes formas.
Não é diferente com os escritores - afinal, somos os mais seletos (e chatos) dos artistas!
Particularmente tenho milhões de coisas que me servem de inspiração. Na verdade, qualquer coisa, dependendo do momento em que apareça, é algum tipo de inspiração não só para escrever, mas para levantar a cabeça e seguir em frente mesmo. Sabe? Daquelas inspirações que te dão um tapa de luva e te mandam virar a página. Cada dia, cada hora ou minuto pode ser uma coisa diferente.
Pra escrever não é diferente, mas o clichê "música e fotos" se encaixa bem até demais nas minhas "inspirações literárias". Ultimamente nos últimos anos, digo, entretanto, tenho tentado me aventurar em um monte de gêneros e sub-gêneros diferentes. Um deles é o do romance histórico.
Um dia, assim sem mais nem menos mesmo, parei pra pensar no tanto de coisa má-contata que existia na história mundial. Aquelas histórias que você fica se remoendo pra saber sobre os bastidores ou mesmo pra poder ter estado lá. Pelo menos eu fico - e sempre fiquei ao longo dos 2 ou 3 anos que passei na faculdade estudando história mundial, principalmente história e economia política. Daí o interesse surgiu quase que de supetão em pegar os pequenos rasgos históricos e juntá-los ao meu ver, colocando uma pitadinha de ficção aqui e ali e alguns homens se pegando no meio também.
A primeira aventura se chamou "Catamitus", novela que ainda está em produção pela dificuldade de encontrar material de referência de 1400 e pouco. Mas é uma história sobre uma aldeia pequena e costeira na região da Bósnia que sofre o ataque de um grupo de ex-conquistadores do Império Romano do Oriente. O relato conta a história de vida de um dos sobreviventes desse conflito. O título é bem auto-explicativo, quem quiser dar uma pesquisada básica. Enfim.
Bem, minha última "crise inspiratória histórica" se chama: cidades fantasmas.
É, isso que você tá pensando mesmo. Quando pequena eu queria ser "desbravadora de lugares inabitados/abandonados", inclusive lutei pra inventarem essa profissão, mas não deu muito certo no meu caso. Eis que hoje eu busco nesses lugares inspiração para escrever.
E aí surgiu a ideia do nono desafio da Lavanderia. E aí eu fiquei me remoendo mais uma vez por ter que priorizar algum desses lugares para escrever primeiro, porque eu quero/pretendo escrever pelo menos com todas as cidades selecionadas até o fim do desafio (15 de novembro). Mas não foi por aleatoriedade que escolhi Pripyat como a cidade inaugural dessa minha aventura particular pelas cidades fantasmas.
Um sonho: visitar Pripyat. Juro. Morro pra ir naquele lugar, andar nos prédios, tirar fotos, sentir a radiação (não é brincadeira). Venho pesquisando sozinha sobre tudo que envolveu/envolve a cidade e, depois de ter ido ver ao filme Chernobyl Diaries (o qual só recomendo se você realmente é tarado pela cidade e/ou história do desastre como eu sou), pus em prática uma das ideias para a novela de dois capítulos do desafio.
E saiu a Forgotten Empire.
Forgotten Empire
Dois trabalhadores da Estação de Energia Nuclear de Chernobyl são afetados drasticamente pelo desastre da usina de 1986, mudando o rumo de suas vidas para sempre.
A ideia original não era a que acabou saindo. Envolvia uma coisa muito mais fantástica, com explosões, mutantes e carnificina. Mas tive uma recaída pelo lado sentimental depois das horas e horas de pesquisas dedicadas ao tema e veio isso aí. Queria ter feito mais menção à URSS, ao Partido e à politica, mas aí já estava contando demais com a boa vontade dos leitores, né.
Mesmo assim a história é baseada em fatos reais:
- Todas as datas, inclusive os dias da semana, são verdadeiras.
- Os locais também são verídicos, inclusive o apartamento mencionado, sua localização e os pertences encontrados dentro dele.
- As informações sobre o número de mortes e número de voluntários foram devidamente checadas para se assemelharem ao que parece ser o real, também.
- A maioria dos personagens foi baseada em pessoas reais que participaram e/ou tiveram alguma ligação com o momento histórico de 1986.
Pra ajudar, uma música tema: Fallen Empire, do Snow Patrol.
Pripyat continua sendo a melhor das minhas inspirações - mesmo depois de ter descarregado vinte mil palavras de romance meloso em cima da história da cidade e do acidente nuclear.
E você, o que te inspira atualmente?
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